A luz entrou sorrateiramente pelas frestas da janela que se esqueceste de fechar por inteiro. Meu sono leve incomodou-se e fez-me despertar. Às cinco da manhã de domingo ninguém merece tal desassossego. Por um instante de pensamento maquiavélico pensei em te acordar com o Highway to Hell do Ac/Dc. Foi só um instante, juro.
Olhei pro jasmineiro rosa do corredor da nossa casa. Aquele que plantamos a quatro mãos. Olhei pros teus olhos que eu amo: fechados, serenos. Olhos que são a paz das minhas horas incertas e a convicção aumentada das minhas horas mais certas. Olhei compassadamente os músculos do teu abdômen no trabalho pacato de inspiração e expiração. Jeitinho certo de respirar, que somente tu foste capaz de me ensinar. Correr foi bem mais fácil e eficiente depois de tudo isso.
Olhei pra folhinha do calendário marcando nosso aniversario de casamento. O da cozinha também exibe o dia 27 circulado em vermelho. E o do escritório marcado feito um X. Impossível que você seja capaz de esquecer tal e qual os cinco anos anteriores. Eu fui contraria. Lembrar assim não tem graça, mas você insistiu: “Não esqueci por querer, tenho memória fraca”. Queria que a memória fosse fraca na hora de esquecer-se das festas xaropes que você sempre me leva. Djs, “balas” e outros acessórios alucinógenos.
Olhei pro chão do quarto e lá estava teu calção jogado, tão difícil tirar e guardar na cômoda, pendurar na cadeira. O chão é sempre mais prático. Também nem me irrito, depois é você quem vai ficar catando peças pelo chão da casa e reclamando que a coluna já começa a doer, que vai ter que ir ao ortopedista, diminuir a intensidade dos exercícios “Pulley Costas”.
Olhei pro despertador e vi que de tanto olhar já se aproximava das 06h05min. Faltava 1 minuto pro relógio tocar, você acordar, tomar banho, engolir o café que eu ainda não fiz, me beijar e ir trabalhar. Em pleno domingo. Ninguém merece mesmo.
Triiiiiiiiiiim
- Bom dia amor, já fez o café?
Olhei pro jasmineiro rosa do corredor da nossa casa. Aquele que plantamos a quatro mãos. Olhei pros teus olhos que eu amo: fechados, serenos. Olhos que são a paz das minhas horas incertas e a convicção aumentada das minhas horas mais certas. Olhei compassadamente os músculos do teu abdômen no trabalho pacato de inspiração e expiração. Jeitinho certo de respirar, que somente tu foste capaz de me ensinar. Correr foi bem mais fácil e eficiente depois de tudo isso.
Olhei pra folhinha do calendário marcando nosso aniversario de casamento. O da cozinha também exibe o dia 27 circulado em vermelho. E o do escritório marcado feito um X. Impossível que você seja capaz de esquecer tal e qual os cinco anos anteriores. Eu fui contraria. Lembrar assim não tem graça, mas você insistiu: “Não esqueci por querer, tenho memória fraca”. Queria que a memória fosse fraca na hora de esquecer-se das festas xaropes que você sempre me leva. Djs, “balas” e outros acessórios alucinógenos.
Olhei pro chão do quarto e lá estava teu calção jogado, tão difícil tirar e guardar na cômoda, pendurar na cadeira. O chão é sempre mais prático. Também nem me irrito, depois é você quem vai ficar catando peças pelo chão da casa e reclamando que a coluna já começa a doer, que vai ter que ir ao ortopedista, diminuir a intensidade dos exercícios “Pulley Costas”.
Olhei pro despertador e vi que de tanto olhar já se aproximava das 06h05min. Faltava 1 minuto pro relógio tocar, você acordar, tomar banho, engolir o café que eu ainda não fiz, me beijar e ir trabalhar. Em pleno domingo. Ninguém merece mesmo.
Triiiiiiiiiiim
- Bom dia amor, já fez o café?