domingo, 13 de novembro de 2011

Tu e eu


Teu olho brilha
E minha boca sorri
Teu olho entristece
Minhas lágrimas rolam por ti

Teu corpo vibra
E o meu  se inflama
Basta tua voz
Pra acender a nossa chama

Tuas mãos gesticulam
Meu peito estremece
É voce quem me lembra
Quando minha cabeça esquece

Teu cheiro exala
Minha perna tremula
Tua boca me afaga
E eu “fico na tua”

domingo, 2 de outubro de 2011

Um bom rap é uma forma de oração

Um bom rap é uma forma de oração
Pois dá força pros maluco
Dá firmeza e dá união

Um bom rap tem sabor de domingão
De tio e de tia, de pai, de avô, de irmão
Um bom rap tem cara de família
Um bom rap não deixa você sair da trilha

Um bom rap é pra estar com o namorado
Os dois colado, juntinho, deitado e enrolado
Um bom rap é pra você ficar esperto
Não esquecer das conta, nem do leite dos pivete


Um bom rap é pra dormir e acordar
Olha lá o despertador, levanta e vai trabalhar
Um bom rap é quase um calmante
Mas depende da dose, pode ser  também um acelerante

Um bom rap é música das boa
Pra ouvir com o parceiro e também pra ouvir com a patroa
Um bom rap não é só rima não
Tem que bater fundo , tem que tocar no coração

Faço rap porque sou poeta
E poeta que é poeta deixa as palavras sair
Liberta

Faço rap sem  nenhuma pretensão
E de rap em rap vou orando pela multidão.

Aprendiz de Leminski-parte 3

Numa manhã de domingo
Foi que eu descobri
Posso viver sem muitas coisas
 não posso viver sem ti.


Numa tarde de outubro foi que eu vi
Que passo os dias acordada
Esperando a noite
Pra contigo dormir.

domingo, 7 de agosto de 2011

De volta.

Eu volto
Depois de pausas, suspiros e silêncios.
Volto de cara limpa, peito aberto, cabeça erguida e a certeza de que valeu a pena

Peço perdão ao lápis, à caneta, ao papel, ao blog. Peço perdão pelo sumiço
É que estava vivendo, estava com sede de vida,  estava sem tempo para teorias, eu estava praticando.

E a prática foi das boas. Por inteiro, com intensidade e vigor. A prática foi verdadeira e pura, foi maciça.

Eu volto, já fiz tantas viagens, já dei tantas voltas. E eu sempre volto pra poesia, pro conto, é aqui onde eu me encontro.

É aqui onde eu choro as mágoas e comemoro as alegrias. É aqui onde eu grito e é aqui onde estão meus silêncios mais expressivos e necessários.

Sim, é possível me ler neste espaço. É possível me decifrar, me desvendar. Meus personagens e rimas são pedaços de mim.

E eu estou de volta de novo. Pra falar de amor e dor, pra rir e chorar, pra me emocionar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aprendiz de Leminski- parte 2

Já escrevi música e poesia
Já fiz anúncio pra tv
Já fiz lira e uma tal monografia
Hoje só rimo pra você.

domingo, 29 de maio de 2011

Talvez um dia eu volte

Já não escrevo mais, esses escritos que agora tento traçar são a prova viva disso. Perdi o mote, a empolgação, a vontade. Já não tenho mais ânimo pra escrever, nem vontade, nem tesão.

Estou apaixonada, laçada, amarrada e pela primeira vez na vida não encho o meu amado de rimas, poesias e lirismo. Não sinto  vontade de teorizar ou escrever meus sentimentos, sinto vontade apenas de vivê-los.  De olhar nos teus olhos que sorriem pra mim, de repousar nos teus braços e teu peito ouvir...

Meu time vai bem, ganhou o estadual, foi bem na Copa do Brasil, começa a ganhar no Brasileirão, mas não sinto vontade de escrever sobre isso. Apenas sinto vontade de ir ao estádio com a bandeira enrolada, de  cantar “ ó Ceará, meu amor sem fim”, sinto vontade daquela cerveja antes com os amigos...


Meu emprego vai bem, as preocupações são muitas e as metas desafiadoras, as dores de cabeça são grandes, mas as satisfações por superá-las são também engrandecedoras. E nem sinto vontade de escrever sobre isso. Vontade apenas de concluir aquele financiamento que tá me tirando do sério e depois tomar um chopp na esquina pra comemorar...


A rotina de estudos vai bem, retomando depois de tempos e tempos. O tão sonhado concurso parece que está bem aí. As matérias são imensas, o tempo é pouco, mas a vontade de passar é gigante. Empolgação grande, mas nem por isso sinto vontade de travar um encontro com o eu-lirico. Vontade apenas de adentrar a madrugada entre livros, manuais, cafés, energéticos e chocolates...


Talvez um dia eu volte...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Minha Fortaleza, a bela.

Fortaleza, a bela



285 anos da minha bela Fortaleza

O que mesmo que tem pra comemorar?

Ah, vai até rolar uma festinha na praia de Iracema com a Daniela Mercury. Com festa a prefeita não economiza.


Ontem, indo pro trabalho, cheguei com uma hora de atraso. A avenida Dedé Brasil estava alagada e a continuação da Rua Augusto dos Anjos também, tinha até peixe . Sério mesmo, tinha peixe no meio da rua (ops, seria rio?).

Os buracos, desses então nem se falam. A prefeita conseguiu realmente democratizar e tornar muita coisa mais justa. Existem, por exemplo, buracos em toda a parte. No subúrbio e na zona nobre. No Meireles e também na Vila Pery.


Dia desses tive que ler um jornalista paulista que afirmava que Fortaleza estava entregue à própria sorte. Bem, as palavras dele não foram tão educadas, mas eu não vou descer ao nível rasteiro dele... mas devo concordar com ele. Por vezes as sensação de abandono bate em muito fortalezense.

O caos é inerente às grandes cidades, o trânsito problemático, o transporte público de pouca qualidade, a forte demanda por serviços, a poluição, o barulho... Nada disso é privilégio de Fortaleza.
O que necessitamos é de gente (gestores) que dê a cara pra bater, que procure alternativas para melhorar o trânsito, para melhorar a qualidade das vias, para melhorar a qualidade da saúde. Precisamos de gente que não se esconda, que fale pra população abertamente sobre os problemas da cidade. Precisamos de uma gestão eficiente e transparente.
Já imaginou o cara ter que esperar numa lista com mais de 1000 pessoas para fazer uma tomografia?  Ou esperar numa lista com mais de 600 para fazer um eletrocardiograma? Decerto que não se pode culpar apenas o município pela precariedade da saúde, já que há transferências constitucionais obrigatórias e muitas vezes descumpridas... Mas porque tanto atraso nas obras dos hospitais, prazos descumpridos, morosidade?

Diante de tudo isso e apesar de tudo isso, ainda vejo motivos pra comemorar e já sei o que devo comemorar no dia de hoje...

As minhas belas praias, a simplicidade e a  alegria do meu povo.

O mar que me encanta, a cerveja e o caranguejo das quintas.

Devo comemorar o meu bairro mais amado, salve o  Benfica e suas boas energias.

Salve o Centro da cidade que pulsa e onde tanta gente corre pra lá e pra cá atrás de manter a vida no ponto.

Devo celebrar a Beira-Mar, a praia do Futuro. Devo comemorar a minha Barra do Ceará...


 Devo comemorar a minha terra onde estão minhas raízes. Os meus estão aqui: meus amigos, minha família, meus amores e também os dissabores...

Minha Fortaleza, a bela, merece os parabéns. Parabéns!

sábado, 19 de março de 2011

Sem maiores explicações

Eu quero você do modo mais desavergonhado
Eu quero você do modo mais despudorado
Descompensado

Eu quero você do modo mais puro
Mais sincero
Mais dengoso

Eu quero você do modo mais inteligente
Do modo mais cabeça
Do modo mais cuca fresca

 Eu quero cada milímetro do teu desajeito, da tua timidez que é também minha timidez. Eu quero cada centímetro da tua seriedade, da tua sisudez, da tua reserva. Eu quero cada pedaço dos teus traumas, das tuas neuras, dos teus problemas não-revelados, aqueles que você nunca me conta e ficam pairando no ar subentendidos. Você é problema puro, é chave de cadeia, é perturbação.

Mas  eu quero, eu te quero. Quero o teu olhar sem graça tal e qual naquele dia dos diabos em que nos esbarramos no corredor apertado. Você tentou passar e eu também. Os dois ao mesmo tempo, não havia espaço suficiente, esbarramos. Você, de nervoso e tímido, ficou vermelho, amarelo, verde, multi-cor... E desde então bateu e colou...

Seus olhos são na maioria das vezes tristes e distantes, mas quando resolvem encontrar os meus olhos, são então meus olhos de serenidade e mansidão. Seu riso quase não dá o ar da graça, mas pra mim ele se abre por completo nos dias felizes e se abre meio-riso nos dias mais pesados.

Eu quero você com a sua insegurança não-dita, mas por mim sentida. Eu quero você com tanta intensidade que eu nem pensava que ainda houvesse em mim tanta intensidade. Eu quero ser cuidada, mas vejo que sou eu quem cuidarei mais de ti. Não me importa.

Eu quero, eu te quero.

Eu quero você mentindo sobre como são deliciosos meus quitutes. Eu quero você repetindo ao pé do meu ouvido que eu sou competente em tudo que faço. Eu quero teus mimos, teu dengo, teu cheiro. 

Eu quero teu coração justo e correto, tua bondade, tua vontade de ajudar e segurar a barra alheia. Eu quero tua disposição incessante, teu amor desmedido por tudo o que faz. Eu quero teu encanto pelo trabalho, aquele que faz você valorizar cada pequena tarefa insignificante.

Eu quero tua ignorância literária e tua sapiência cinematográfica. Eu quero ouvir você falar horas e horas sobre os “westerns” que eu não conheço e não entendo.

Eu quero todos os vinhos que compraste e os que ainda vai comprar. Eu quero ver tua seriedade ao escolher cada garrafa, tua alegria ao abri-la e beber comigo. Mas só um copo pra mim, pra te acompanhar. Gosto de te ver beber vinho, gosto esquisito esse. Gosto de te ver apreciando cada gole e falando da vida. Então esqueces a timidez e filosofa e eu fico só calada te ouvindo e vendo teus olhos tão serenos.

Eu quero, eu te quero, e não consigo encontrar maiores explicações.

terça-feira, 8 de março de 2011

Constatações sobre o carnaval...














Basta. É o último dia de carnaval e eu deveria estar aproveitando até o último segundo deste último momento, deste último dia de folga. Provavelmente, em outros carnavais,  estaria eu praticando todos o excessos possíveis e tentando também os impossíveis. Estaria cheirando a cerveja ou caipirinha, estaria bronzeada até não poder mais ou quem sabe no frio da serra esperando um blues...

Mas eu não sou normal e que alegria isso me dá. Definitivamente, escrever uma crônica no último dia de carnaval... E mesmo que eu tivesse feito  a crônica no primeiro, ou no segundo dia de carnaval... A questão que põe em xeque a minha normalidade é : porque eu não viajei?  Eu que adoro viajar mais que tudo, eu que sempre disse que Fortaleza é um  túmulo no carnaval. Eu que sempre tive calafrios de permanecer na cidade em tempos de feriado. Eu que sempre achei um desperdício de vida ficar em casa em um feriado prolongado...

Porque eu fiquei  “morgando” e  assistindo western? Ou porque o pico alto do meu carnaval não foi a ida à Baturité, mas sim assistir “O cisne negro” numa sessão extra à meia-noite? Porque eu deixei de lado a cerveja e curti muito tomar só vinho? Porque eu tirei a poeira dos livros do Llosa e finalmente li ? Porque eu tirei da caixa todos os dvd’s do Chico que eu comprara e nunca assistira? Porque o momento mais doce do carnaval foi ver você trazendo pão quentinho e me chamando pra tomar café?

Ah sim: você, você, você. O carnaval mais “morgado” de minha vida e o mais terno também.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sobre chuvas e solidões
















Esssa chuva que escorre com calma.  Lava o corpo e alivia a alma... Alivia? Uma angústia meu peito contagia. Mas que diacho. Eu adoro chuva, que aflição besta agora me ataca? Sem graça, eu devia estar cantando “raindrops keep falling on my head”.

De repente eu penso que se tivesse limões faria uma caipirinha. Penso que se eu fosse Drummond ...diria que essa chuva põe a gente comovida feito o diabo. Mas sou apenas uma poeta popular. E isso já é uma paráfrase. Salve meu bom Baleiro. Nem original consigo ser com essa chuva tão comovente, torrente...

Chuva assim dessas...Deixa a gente emocionado...Se pelo menos você, moço desavisado, estivesse do lado...

Eis que vejo a mais triste das constatações de uma madrugada de segunda insistentemente insone: Estou só, no frio, e nem tem casaco que tem jeito. Apenas resolveria tua mão sobre o meu peito. Mas que remédio que há. Só estou e, às três da manhã, só hei de ficar.

Faço que vou te ligar, pelo menos tua voz vou escutar. E tentar o frio e a solidão aplacar. Eis que irrompe um trovão. E desisto da ligação. Ela não resolveria. Apenas resolveria, tua mão na minha mão. Ruídos vêm do quintal. E eu nessa noite sem graça. Noite sem sal


Vou pro computador. Tento  escrever. Não resolveu. Apenas resolveria teu corpo juntinho ao meu.Volto pra cama e fecho os olhos. Outro trovão, mas que noite ingrata. No bar da cozinha tem um conhaque. Já me vejo secando a garrafa. Mas penso que também não há de resolver. Só resolveria  minha mão tocando  você.

Penso em matar esse texto. Que nem é triste, nem é erótico, talvez estrambótico. Parou no meio e sem resoluções. Numa noite de frio e solidões.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A rima mais bonita

A rima mais bonita eu te fiz
Você  guardou ela no peito
Fez o que dela bem quis

A rima mais bonita rimou com o riso teu
riso das manhãs doces
riso dos sonhos meus

A rima mais bonita
Ficou parecendo com a nossa canção
Rimei-a com todos os clichês
O mais de todos foi “nossa paixão”

A rima mais bonita é a de cada dia
E combina com os olhos teus
Olhos da minha segurança
Olhos dos sonhos meus

A rima mais bonita
Inclui você e eu
Rimando numa rima só
Juntos...
Colados...
Nada pode ser melhor.




sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Acordes

Desde que te vi
Quis um rock fazer
Mas talento com música não tenho
Só me restou escrever

A letra do rock soou meio pop
Você besta que foi
Nem me deu ibope

Brega que foi
Pediu um bolero
Eu sem paciência disse “basta”
“Chega de lero-lero”

Voce desconsertado, tentou “concertar”
Pegou a guitarra, musicou o rock
E eu malvada:
“Solos de guitarra não vão me conquistar”

Voce meio chocho
Sem saber o que fazer
Colocou um mambo na vitrola
“Chega de rock, vamos ferver”

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aprendiz de Leminski

Moreno cor de jambo
Dance comigo um mambo
Dance comigo um tango
Topo um frevo pernambucano