quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A revolta do eu lírico

- Ô Lorena, Ô Lorena...

-Ahn, Quê?

- Acorda mulher. Aqui, bem aqui

- Qeu diabos de criatura minuscula é tu?

- Sou teu eu lirico abestada. E minusculo é o caralho.

- Tu é que rapá?

- Teu eu lirico.Num s elembra do professor Baltazar não?

- BALTAZAR?

- É, aquela figura do Cefet que dizia "MEUS QUERIDOS ANOTEM AÍ NOS SEUS CADERNINHOS"

- Ah sim, grande Baltinha. Gente muito fina. Que que tem o mestre?

-Então,ele vivia falando do eu lirico. E tu avoada como sempre não entendeu nada. Eu sou o eu lirico: aquele ser, aquela instancia, aquele entidade...

- Tá que é um orixá da macumba. O Deus-representante da escrita... RSRS

- Uma graça voce, não sei como habito este corpo. Saco... Mas enfim, sou eu quem comando o que voce escreve, sussurro as palavras, insinuo as ideias, mas voce num tem escutado bem não filha, tá distorcendo tudo.

- Como assim? Primeiro de tudo, o escritor é quem faz o eu lirico e não o contrario. você é muito pretensioso. Atrevido.. Tu lá tem tamanho pra isso. Ve se cresce coisinha miuda

- Também não precisa esculhambar. To aqui pra falar que voce precisa colocar mais pimenta neste molho. Cansei do molho branco. Cansei do eterno molho branco. faz pelo menos uma lasanha bolonhesa, um vatapá com muito dendê, uma feijoada no capricho.

- É pra escrever sobre culinaria agora? Num é meu forte.

- Além de tudo é lesa. É uma metafora criatura. Tanto talento desperdiçado, potencial mal utilizado.

- ÊPA, ÊPA. Vamo com calma aí, o que eu screvo não lhe agrada, mestre dos mestres?

-Tirando a ironia que mal utilizas, o negocio é fraco.. Até que é legal, rima e coisa e tal, mas num leva a mal, em teus textos falta um poquinho de sal.

-Olha só, rima que nem eu.

- É contagioso, INFELIZMENTE...

-Vai te catar eu lirico

- O Lugar de Leveza, eterno sol, mar e brisa. Pelamor, muda o disco, dá vonatde de dormir .Prefiro o Clube da Lulu.

- Não esculacha o Lugar de leveza não, que ele é meu xodó. Tá querendo mudar procura outro corpo esprito ruim. HEHE

- Ain Deus.Porque perco meu tempo?. Voce não vai mudar um centimetro. Cabeça dura.

- Sai pra lá subversivo. Vai revoltar-se pra longe de mim. Quero voce bem longe, de mim bem distante.

- Aí não escreves mais nada.

- Por aflar nisso, lá no teu setor tem algum serviço de entrega de a domicilio de eu lirico, algum catalogo de compra de eu liricos bacaninhas, essas coisas? rsrs

- Mas é muito sem noção mesmo. Puta que pariu.

-Então voce prefere a Luluzinha? Entendi. Voce é o eu lirico pevertido. O bonzinho deve tá por aí escondido .É ele que me inspira nos escritos de leveza e voce nos escritos da Lulu. Perfeito. Daqui a pouco o outro aparece se queixando dos escritos sacanas e eu tô lascada. rsrs

- Gaiata, aqui num tem diabinho e anjinho não filha. E pevertido é caralho. Eu sou o seu lado divertido. O que há de melhor em você. ;)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Este moço




Este moço surgiu do nada e eu nem imaginava que nele ia me ligar. Tem um jeito assim largado, pose de garoto de praia, que pira nas ondas do mar. Esse moço tem um jeito moreno, doce, sereno, que me fez balançar.

Fez sentir as pernas bambinhas, a cabeça tontinha, fez meu mundo girar. Este moço que vem de repente, manda tudo sair da frente, sem nem se importar. Esse moço que chega depressa, e me levou na conversa, me fez tanto tanto dele gostar.

Este moço me tira o sossego, me põe até medo, me deixa sem direito pensar. Esse moço que me chama de besta, sou com ele uma seda, nem sei de jeito diferente me portar. Esse moço monta na moto e eu tiro uma foto pra eternizar.
Este moço me deixou mais brega, jeitinho piegas, quem iria imaginar?

sábado, 10 de janeiro de 2009

Pasárgada existe



Ruas de sossego
Mar de calma
Ar de serenidade
Bem-estar da minh’alma

A paz tão sonhada
A inocência re-adquirida
O coração aos pulos
É grito, é silêncio, é sussuro

É cheiro de mar
É cheiro de jasmim
É cheiro de coisa boa
Traz saudades sem ter fim

O que sempre me pergunto
É até quando vou viver
Com dor no estômago pela volta
Com vontade de aquele lugar pertencer

O que sempre me questiono
Como surgiu essa paixão
O amor pelas ruas tortuosas
O sentimento de eterna sofreguidão

O que fico a pensar é o porquê dessa revolta
Que nunca me acompanha nas idas
Mas sempre me perturba nas voltas

Eu poderia falar das dunas
Do multi-cor do fim de tarde
Do céu estrelado sem ter fim
Mas tudo é pouco diante da grandeza da cidade

Pode ser pequena em espaço físico
Alguns detestam a pasmaceira
Eu fico com a calma e o sossego
A correria só me traz canseira

Podia falar ou versar para sempre
Fazer odes, compor uma grande canção
Mas minha paz do fim de tarde por lá
Fala muito mais ao coração

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Sem reclames e lamentos

Não vou reclamar
Disseram-me que nada é insubstituível
Que não há porque chorar



Nem vou me queixar
Disseram-me que a vida é assim mesmo
Não adianta espernear



Nem vou dizer adeus
Cada um para o seu lado
Talvez assim queira Deus



Não vou nada te cobrar
É culpa do destino
Que inventou de desviar



Não vou me lamentar
Nada é para sempre
Não tem como disto duvidar



A saudade sempre fica
Faça dela sua aliada
Nem adianta puxar briga



Ontem era e hoje não
Não faça tempestade
Não machuque o coração



Nem amizades são pra sempre
Nada eternamente dura
Engole esse gosto amargo
E vê se a barra segura



Nada é infinito
Nem os mais singelos sentimentos
Não adianta cara de choro
Tampouco teus loucos lamentos



Não adianta fazer promessas
Nada vais mudar
A vida corre depressa
E por você não vai esperar


Não adianta querer reviver o passado
É só por o dedo na ferida
Não mexa no que foi enterrado
Assim a dor é mais sofrida



Siga sem olhar pra trás
Olhe sempre adiante
O ontem não volta mais



Não é só questão de querer
Há coisas com que não se pode
Não se pode é parar de viver

sábado, 3 de janeiro de 2009

Feliz ano novo

Eu não quero falar de um ano novo que seja novo só no nome
Quanta gente pula ondas, come lentilhas, estoura champanhe, faz lista do que vai fazer
Passado o dia 1° neguinho não lembra de mais nada. Só da azia e ressaca braba causados pelo excesso da noite anterior.

Há tempos que venho desejando a mesma mudança: enterrar o que não presta, regar e esperar nascer algo de valioso, que dure através do anos, que não me cause a velha e longa sensação de que a vida precisa ser mudada, girada de ponta cabeça.

O meu desejo de ano novo é o que sempre tenho desejado: tranquilidade pra cabeça, serenidade pro coração, estabilidade pro estômago (eita azia que não me deixa em paz). Quero também mar e sol, cerveja gelada e futebol. Quero amigos por perto e que meus planos de carreira dêem certo. E isso todo mundo quer.


Que o ano de todos os visitantes do lugar de leveza seja muito mais que bom!

=]