segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Psicologia de botequim

Nesses dias voltei à ativa


Fui ao meu lugar de leveza, bebi uma gelada, tomei banho de mar, deixei a brisa me levar, resolvi te ligar...


Estava precisando de um tempo pra mim, é, pois é...

Tenho lido demais, estudado demais, tenho tratado meu atual momento como uma batalha, tenho tentado transformar meu espírito em algo mais guerreiro do que ele já é, tenho afastado os sentimentos leves que por ventura pudessem me “desvirtuar”

Vesti-me de uma armadura que me faça andar sem medo, com a faca entre os dentes, sedenta pela vitória, virando noites até a exaustão, maltratando a coluna e a tendinite...

Peço desculpa àqueles que afastei: uns com razão, outros desarrarazoadamente. Aqueles que afastei só digo uma coisa: Amo vocês, pois aqueles que não amo nunca estiveram próximos.


Sim, sinto saudades, até de mim. Sinto falta de conversar comigo, de ouvir um som, de olhar nos olhos do amor que mandei embora, de ver o sol se por nas dunas do litoral oeste.


Eiê, gosto de me psicologizar, texto sem nexo e nem deu pra rimar. Parece psicologia de botequim, escrita na mesa de bar, usando o guardanapo , escrevendo com a caneta emprestada pelo graçom


Os acontecimentos dos últimos meses foram pesados, tulmutuados, mas tudo foi necessário, talvez tenha havido um pouco de excesso, mas tu bem sabes, não sei ser pela metade.

Eu quero sempre além, necessidade de provar algo você me diria. Não, não. Minha insegurança ainda persiste, mas já sou o orgulho de tanta gente que hoje não preciso provar nada pros outros. Pra mim talvez, quero sempre mais, mas hoje é um objetivo de cada vez.

Sempre descontente, reclamona tu diria, mas acredite: hoje reclamo bem menos que cinco anos atrás e amanhã serei bem menos reclamona que hoje. Auto-crítica eu diria, no dia em que eu desejar parar de mudar, nesse dia terei morrido. Detesto a rotina apesar da segurança que ela me traz, não consigo fazer projetos que durem mais de dois anos, a não ser que o plano inclua você.

Confie em mim, as coisas darão certo e em breve você entenderá o sentido de tudo!

p.s: te amo!

sábado, 7 de agosto de 2010

Poetas são patetas

Veja bem, olhamos tudo ao redor com olhos que ficam saltitando pra fora do rosto, e o brilhozinho que eles emanam, ora! Coisa mais boba... Coisa mais linda...
Tudo que é motivo vira jeito, tudo que é jeito se distorce, se contorce, cai na tinta e valha-me Deus, vira rima, vira verso...
E é Verso sobre noite, sobre lua, sobre mar, é tanto verso que tudo que aparece dá vontade de rimar.  Às vezes a rima não sai, mas o que vale na verdade é a intenção, aí sai um verso entrelaçado, poesia desregulada tal qual o pensamento de poeta quando a rima não lhe vem. Ê "classezinha" que vê poesia em tudo: em ônibus lotado, em fim da relação...
Poeta é cabra safado, anda sempre na contramão.

"Ora essa, eu e minha mania de rimar, detesto isso, vou pegar uma viola e fazer repentes na praça".

Poetas são todos patetas, erram na cronologia, erram na história, depois acertam os ponteiros e fazem a volta do jeito certo. As malas estão sempre prontas, amarrotadas de sonhos e cheias de razões, todas tolas diga-se de passagem. O Salário pouco, as contas, a pia entupida, o divorcio, é tudo parte do submundo, versos sublinham tudo.

Continuamos? Ou basta para a nossa triste sina de poetas?

Sina de ver beleza ou tristeza em tudo... Sina de passear por entre carros com olhos esbugalhados, querendo tirar  poesia de onde não tem... Se bem que poesia existe em todo canto! Meu eu-lírico que é mais crítico, só gosta de caviar e vinho tinto. Mas eu, poeta, pateta convicto, vejo poesia nos mendigos, nas minhas agruras, no meu tédio, até nas silhuetas das mulheres que desejo, nas sombras das árvores, no movimento dos életrons, na intelecualidade dos que ja se foram. Vejo poesia nas amargas desilusões, pra isso não existe remédio.
Enxergo sim, meu olhos tem selos poéticos, pupilas dilatadas em sonetos, cílios que rimam descaradamente... O eu-lírico faz pose, faz bico, quer refinamento, mas o pobrezinho não vence uma - Poesia vem  do que é simples - acaba por ceder ao charme pateta, e convence-se que nasceu desse jeito: pobre, coitado poeta.


Por Lívia Queiroz e Lorena Silva