segunda-feira, 31 de março de 2008

Ode a tríade perfeita

* Se tivesse talentos musicais, teria feito um sambinha a la bossa nova




De onde surgiu?
Não posso imaginar
Numa tarde de fevereiro
Você veio, a caminhar


Preferi chamar de perfeição
O que mais parecia uma doce ilusão
E eu com cara de boba
Admirei teu nariz, teu queixo e tua boca

Altivo, sempre a caminhar
Tu vinhas das bandas do mar
E os pingos d’água teimavam tua sunga molhar


Os olhos castanhos
Só exalavam confiança
E eu sem pensar
Já sentia chegar a bonança

Jeito largado, braço tatuado
Um metro e oitenta e tanto e um peito abençoado
Falando assim nem pareço poetisa
Pois confesso meu nêgo, é o sorriso que me conquista

E o teu, Deus meu
Simplesmente irretocável
Os lábios perfeitos entre o nariz e o queixo
É tudo que eu precisava pra dizer que não te esqueço


Era olhar teu sorriso
E já ficava aparvalhada
Desejando acordar de madrugada
Em teus braços aconchegada

sábado, 29 de março de 2008

Flores


* Pra alguém mais que especial



Já cansei de rimar amor com dor
Mais belo seria rimar com flor

Dor ninguém quer
Que é coisa mais sem graça
Mas flor é coisa linda
Deixa a gente em estado de graça

Que atire a primeira pedra
Quem nunca admirou uma flor
Quem nunca desejou presentear seu benzinho
Com um belo buquê de flor

Quem nunca viu uma flor e a cheirou
Querendo manter o perfume no nariz
Desejando que a vida fosse mais simples
E nos deixasse ser sempre e sempre feliz

Quem nunca quis com força
Acordar com flores na beira da porta
Por cima delas um poeminha
Daquele alguém dizendo que te adora.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Felicidade

Felicidade

Felicidade tão grande
Isso que sinto agora
Há tempos que peço e desejo
Há tempos esse desejo me devora

Eu sairia cantando na chuva
Ficaria bêbada tomando suco de uva
Entraria sem roupa no mar
Daria o pouco que tenho
Só pra poder te beijar

Há tempos não sinto
Felicidade tão grande
Felicidade que meu peito invade
Mesmo com você tão distante

Há tempos e tempos
Venho desejando com paixão
Você enlaçado em meus braços
Tua mão entrelaçando minha mão

Até a lua hoje
Ao meu favor conspira
Mesmo encoberta entre as nuvens
A danada da lua brilha

O que nunca esteve encoberto
É o sentimento que trago por você
Sempre presente em meus dias
Mesmo quando fiz força pra esquecer

Agora não preciso
Rezar pra poder te ter
Sinto-te ao alcance das mãos
Sinto-me perto mesmo longe de você

quarta-feira, 26 de março de 2008

Tem jeito?

Porque coração que é coração de verdade, não toma jeito nunca

* Do querido Rafael Ayala


"Tem jeito?
Coração danado
Diz o certo e o errado
O aceitável e o pecado
Coração, burro?

Sempre esquece o passado
Só imagina um belo futuro
Coração de dar dó
Quer estar acompanhado
Não aguenta ficar só

Coração arteiro
De um sujeito bom
Casado ou solteiro

Coração sem jeito
Serve alguém com problemas
Não precisa ser perfeito

Coração valente
Basta escutar um riso
Logo está contente

Ah meu Coração
Sempre brigando com a razão
Não foram feitos pra rimar

Ah meu Coração
bate cada vez mais forte
acredita sempre na sorte

Ah Coração
nem precisa explicar
a causa de tanta emoção

Ah meu Coração
basta ela passar
delírio

Ah meu Coração
basta ela sorrir
Alívio

Ah meu Coração
seu louco
sempre a se apaixonar

Ah meu Coração
te conheço
Toma jeito

Ah meu Coração
nem me estresso
não tem mais jeito

Ah meu Coração
por vezes penso:
ainda tem jeito?"

terça-feira, 25 de março de 2008

Estrada Branca

Estrada branca, lua branca, noite alta, tua falta
Caminhando, caminhando,
Caminhando ao lado meu;
Uma saudade, uma vontade tão doída
De uma vida, vida que morreu!
Estrada, passarada, noite clara.
Meu caminho é tão sozinho,
Tão sozinho a percorrer;
Que mesmo andando para a frente,
Olhando a lua tristemente,
Quanto mais ando mais estou perto de você.
Se em vez de noite fosse dia
E o sol brilhasse, e a poesia
Em vez de triste fosse alegre de partir;
Se em vez de eu ver só a minha sombra
Nessa estrada,
Eu visse ao lango dessa estrada
Uma outra sombra a me seguir...
Mas a verdade é que a cidade ficou longe,
Ficou longe, na cidade se deixou meu bem querer.
E eu vou sozinha, sem carinho,
Vou caminhando meu caminho,
Vou caminhando com vontade de morrer.


Tom Jobim/Vinicius de Moraes

O que fazer?


Será que faço uma sonata
Será que faço um soneto
Se eu tivesse graça e elegância
Eu dançaria um minueto

Cortejaria-te a moda antiga
Ao som de valsa e poesia
Faria uma serenata
Jogaria flores na tua sacada

Mas parece que me falta tato
É evidente que me falta jeito
Meto sempre os pés pelas mãos
E quem paga é o pobre do meu peito


Tudo eu poderia te dar
Mas pra isso você tem que querer
Não adianta força e vontade
Isso também depende de você

Eu certamente saberia resolver
Se fosse uma inequação
Mas me falta talento e sabedoria
Em se tratando de coração

Só me resta pedir e esperar
Que uma decisão você possa tomar
E sigo pensando em você
Nas noites, madrugadas e no amanhecer

sábado, 15 de março de 2008

Reclamação

Todo dia eu reclamo
E nunca hei de me conformar
A boca mais linda Deus te deste
E eu sofro por não poder beijar

Um a zero

Tenho pressa e tenho medo
Apesar das certezas, as dúvidas existem.
São muitas e rodam em torno de mim que nem cachorro pedindo afago


O cheiro da nostalgia invade minhas narinas
A saudade revolve o estômago
E a vontade de ir em frente vence o medo, a dúvida e a incerteza

A mão treme ante o telefone, os olhos confundem-se quando vêem o teu número
Fica tudo embaçado, nublado, complicado
Eu venço tudo e te ligo, mas feito besta, quando do outro lado escuto a tua voz, eu desligo.
Um a zero pro medo, pra dúvida, pra incerteza

terça-feira, 11 de março de 2008

Orixá

Haja patuá, galho de arruda, banho de mar
É preciso sal grosso, mandinga pesada
E um forte orixá

Meu santo é forte
E minha reza é braba
Mas parecem não surtir efeito
É meu irmão,
Tem certas coisas na vida que te pegam de jeito

O melhor é nem reparar
Se fazer de rogado
Deixar a vida te levar

Não maldizer o destino
Seguir em frente
E ir atrás dos sonhos
Aqueles dos tempos de menino

Reclamar não resolve
Chorar demais desidrata
É preciso força e paciência
E logo logo a alegria surge imediata

Mas uma ajuda espiritual
Nunca é de todo ruim
Por isso peço que meu orixá
Fique sempre de olho em mim

sexta-feira, 7 de março de 2008

Deixar de versar jamais

Antes era o ócio
Que vivia a me inspirar
Era só ver um casal na rua
E os versos teimavam em brotar

Antes era o fazer nada
Que arrastava a caneta pelo papel
Era só ver o eclipse da lua
E desatava a rimar mel com céu

Agora é a correria
Que não me deixa duvidar
Nem que seja no balanço do ônibus
Não posso deixar de versar