sábado, 1 de novembro de 2008

Poesia nunca morre




A poesia morreu, mas esqueceram de avisar o poeta. Todos os dias ele continuava a versar, a rimar. Sempre com sua folha de papel e caneta. Apesar de todo o aparato tecnológico daqueles tempos. Era o único a possuir livros, muito raros naquele tempo de muita correria e tecnologia. Tudo era lido nos smartphones, palmtops, laptops e outras coisas que ele nem sabia o nome. Havia em outra época publicado um livro de poemas e contos, mas nada vendeu porque ninguém já nem ligava pros escritos de ninguém. A língua estava mudada, os diálogos com palavras cada vez mais reduzidas e incompreensíveis. Ficava horas escutando conversas na rua sem entender nada. Não via mais arte. Não haviam exposições, ou shows. Aqui ou acolá os jovens se reuniam em um ambiente escuro, fumacento e começavam a chacoalhar-se ao som de barulhos estridentes. Não via ninguém mais olhar o pôr-do-sol. Todos trabalhavam até tarde e a atmosfera estava cada vez mais carregada. No fim de semana não havia mais praia, caranguejo.
Só ele não via que a poesia morrera, que a poesia de cada dia, do amanhecer e das flores a florescer. A poesia do jogo de bola na rua, a poesia da lua cheia. E ele continuava a rimar, lembrava de um tempo distante. E riscava na folha:

Poesia nuca morre
Enquanto bater um coração
A poesia é troço forte
Traz alvoroço e mansidão

A tecnologia tudo engole
Tragou os livros e os cantores
Mas sempre haverá um poeta
A falar de dores e amores

6 comentários:

Pedro BV disse...

Vou dizer uma coisa
Tem gente teimosa
Muito bom existir
Adorei o post
Beijo

Rafael Ayala disse...

Salve Lorena!!
Poxa, nem me avisaram também ó.
Mudaram a ortografia e nem me perguntaram o que eu achava disso.
Uma falta de respeito isso!! eheheh
Todo importante né? heeheheheh
Eu sou um teimoso também então, somos dois.
Continua Lorena, segura a rima e deixa a poesia morrer não.
Bjoos
ps: eu continuo a olhar o pôr-do-sol ó, a ver a lua, pegar uma praia, colher flores, novos amigos, novos amores, jogando o bom futebolzim... E se a poesia não tá também nessas coisas eu não sei onde ela pode estar...
=]

Anônimo disse...

Que nunca nos tirem a poesia - porque já estão tentando nos tirar a inspiração!
Adorei! beijoos

Carla P.S. disse...

O poeta ainda tá vivo, diria alguém, referindo-se ao cazuza. Viver remete à poesia, não tem como acabar.
Que tua fonte, igualmente, nunca seque. Sei que não. Beijos.

Inquilino do Sublime disse...

concordo... mas nós msm morremos sempre q escrevemos e renascemos à uma nova ideia. eterno retorno!

--
http://raciocinioquebrado.blogspot.com/

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

e aí a gente vai fingindor que é dor, a dor que deveras sentimentos ... sem saber que é tudo falso, e a poesia morreu.
... rs