domingo, 5 de abril de 2009

Pretensão de eternidade.

Pretensão de eternidade. Eis algo que persegue o homem tais e quais outros grandes males: vaidade em excesso, ambição. Desculpe se coloco a eternidade como defeito. É uma opinião minha, é meu ponto de vista.

Sempre ri dos filmes em que pessoas buscavam a fonte da juventude, o segredo da imortalidade, as alquimias que prometiam vida longa a perder de vista. Parecia-me patético querer esticar a vida, querer ultrapassar gerações, viver tal e qual Matusalém, propagar-se além dos tempos. Não, eu não queria viver 2000 anos e ver o que aconteceria em 4009. Não dou conta das barbáries que vejo hoje e tampouco acredito que poderia viver e ver em 4009 aquilo que me alegra hoje.

Nunca tive pretensão a um amor eterno, a um sentimento eterno e grandioso como este. Quem acha bonito e consegue tem meus parabéns, mas eu sempre preferi viver um dia de cada vez, um passo de cada vez, ciente da minha instabilidade e alteração de humor, do meu egoísmo e mania de perfeição.

Quando em minha mente construía a idéia de ter um filho, não passava-me pela cabeça a idéia de alguém que perpetuaria minha espécie ao longo de gerações, o que menos me importava era esta idéia de ver meu sangue passado a diante. Até este meu desejo era um tanto egoísta, queria ter um filho para brincar com ele, nadar com ele, levá-lo a um parque num domingo preguiçoso de sol, queria ralhar com ele, ser o melhor e pior exemplo pra ele, queria faze-lo ouvir Bossa nova e ler Bukowski aos 13 anos.

Quando pensava em uma arvore, mas uma vez não me preocupava que ela servisse de sombra e desse frutos além dos tempos. Eu pensava em qual me daria mais rapidamente os frutos mais saborosos, qual não estragaria minha edificação com as suas raízes avassaladoras.

Mas eu falhei quando pensei na idéia de um livro. Este me tornou humana. E uma vez na vida eu sucumbi ao desejo e pretensão da eternidade. De tanto fazer troça desta vontade louca e absurda tornei-me sua escrava. Não, não quero um Best-seller, quero um personagem que se perpetue ao longo dos tempos, que seja imponente e inesquecível, destemido e frágil ao mesmo tempo, quero um personagem que não seja atrelado a mim, antes que seja mais importante que eu. Sim, eu quero um personagem eterno.






3 comentários:

Kaos Kotidiano disse...

Vivendo um dia de cada vez e esquecendo a eternidade de lado...
Algo que a credito e insisto, já que penso que vivendo um dia de cada vez, seja no veneno, ou na alegria plena, a eternidade se dará minuto a minuto, sem que planos sejam feitos, eles bvão surgindo de acordo com as necessidades...
A parte da árvore gostei muito tmbm...
Até qualquer momento...

Bruno de matos disse...

É verdade ,a eternidade pode agradar a muitos
Mas a mim e minha mania de mudança,a minha instabilidade...acho que não.Tudo se tornaria monótono
acho que tudo tem seu tempo.mas se tornar imortal pela sua obra(se bem entendi você planeja escrever um livro,é isso?)
é ,no mínimo agradável.ser lembrado como "O autor"...
Se for isso mesmo,já era hora mesmo
e te desejo sucesso.
Beijão moça
Te adoro muitãozão

Rafael Ayala disse...

Eu também já tive os meus pensamentos egoístas...
Já pensei na eternidade muitas vezes, o querer viver para sempre e não morrer jamais, mas hoje em dia nem lembro mais disso...

Hoje em dia eu tento o carpe diem moderado, se é que existe. Aproveitando o dia, planejando os vários outros, afinal, acredito qeu 'temos todo o tempo do mundo" mesmo sem o ter, louco né? heheehhehe

e o livro, tem meu total apoio,pois sei que há de sair um livro dos bons, assim como tu és.

eu pensei em um livro dia desses, e hoje, por acaso, pensei até num título. "textos ao ar - crônicas e poesias" heheehehheeh
engraçadinho né?
e um dia eu quero um personagem eterno, e quem sabe ele contracece com o teu eterno =D

bjo grande!!
=]