terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A alegria de volta

A alegria tinha ido embora

E eu tava naquela de ficar chamando ela de volta

E eu disse que há bem pouco tempo atrás ela tava entranhada em cada mínimo gesto meu

No meu riso, no meu canto, no meu jeito de falar

Tanto chamei por ela

E acho que ela finalmente resolveu achar o caminho de volta

Mas a alegria é danada, arredia, evasiva, às vezes ta aqui e outras bem acolá

Eu tenho é que anotar como, quando e onde ela aparece

Pra reproduzir mais e mais esses momentos

Ou talvez tenha que relaxar

Pra como dizem por aí, deixar acontecer naturalmente

Mas tenho pressa, não consegui me livrar totalmente das amarras do tempo

Ninguém consegue por completo

Essa ânsia de acertar, de fazer as coisas acontecerem, darem certo


Um dia hei de tirar parte disso de mim

Um dia alcançarei a leveza, sem pressa, sem ânsia, opa! Seria o nirvana?

Sei lá

Já me dispersei, falava da alegria e me desviei

É sempre assim, começo com algo e termino lá longe

Ah alegria, me faça o favor

Não saia daqui, fique bem perto, ao alcance dos olhos, das mãos e do coração

Não corra, não seja travessa, não se perca pelos caminhos da vida


Vá encontrar outros, estar ao alcance de outros, quero sim te partilhar, mas também volta pra cá

Não fique eternamente por lá

Venha me ver de vez em quando, me visitar, me contar o que viste por esse mundão de Deus


Sou curiosa, tu bem sabes

Quero saber de que forma tu tocas os outros

O que eles fazem quando tu estás por perto

Se eles têm essa aflição de não querer mais te soltar

Será que isso é só coisa minha?

Já disse: preciso me livrar disso

Corre por aí aquela frase: tentou prender eu fujo mesmo

Talvez tu sejas assim

Pois te prometo: perto de mim serás livre!!!

Em troca te peço: venha vez por outra me encontrar

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