A alegria tinha ido embora
E eu tava naquela de ficar chamando ela de volta
E eu disse que há bem pouco tempo atrás ela tava entranhada em cada mínimo gesto meu
No meu riso, no meu canto, no meu jeito de falar
Tanto chamei por ela
E acho que ela finalmente resolveu achar o caminho de volta
Mas a alegria é danada, arredia, evasiva, às vezes ta aqui e outras bem acolá
Eu tenho é que anotar como, quando e onde ela aparece
Pra reproduzir mais e mais esses momentos
Ou talvez tenha que relaxar
Pra como dizem por aí, deixar acontecer naturalmente
Mas tenho pressa, não consegui me livrar totalmente das amarras do tempo
Ninguém consegue por completo
Essa ânsia de acertar, de fazer as coisas acontecerem, darem certo
Um dia hei de tirar parte disso de mim
Um dia alcançarei a leveza, sem pressa, sem ânsia, opa! Seria o nirvana?
Sei lá
Já me dispersei, falava da alegria e me desviei
É sempre assim, começo com algo e termino lá longe
Ah alegria, me faça o favor
Não saia daqui, fique bem perto, ao alcance dos olhos, das mãos e do coração
Não corra, não seja travessa, não se perca pelos caminhos da vida
Vá encontrar outros, estar ao alcance de outros, quero sim te partilhar, mas também volta pra cá
Não fique eternamente por lá
Venha me ver de vez em quando, me visitar, me contar o que viste por esse mundão de Deus
Sou curiosa, tu bem sabes
Quero saber de que forma tu tocas os outros
O que eles fazem quando tu estás por perto
Se eles têm essa aflição de não querer mais te soltar
Será que isso é só coisa minha?
Já disse: preciso me livrar disso
Corre por aí aquela frase: tentou prender eu fujo mesmo
Talvez tu sejas assim
Pois te prometo: perto de mim serás livre!!!
Em troca te peço: venha vez por outra me encontrar
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