segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Correr

Corro e sempre corri demais

Mas os objetivos agora são outros

Corro até me cansar.

Paro e corro tudo de novo

Corro sem livros nas mãos, sem mochilas nas costas

Corro pra me encontrar

E já corri pra te encontrar

Mas calculei errado a hora de dar o sprint

E não te alcancei

Ora bolas, quem nunca fez um cálculo errado

Matemática nunca foi o meu forte, apesar de eu sempre tirar boas notas

Mas o negócio é seguir

Quando corro tiro o peso do mundo dos ombros

E vou leve e quase vôo

É quando me iludo que tenho asas

E tal qual Hermes as minhas ficam nos pés

E pés pra que te quero

Correr, correr, correr

Na praia de preferência, na hora do pôr-do-sol de preferência, com a praia deserta de preferência

E haja preferência.

Nem sei pra quê, só pra me frustrar quando não consigo tê-las

E por falar em preferência, correr em praças é um porre e correr na pista disputando com os carros pior ainda

Eu prefiro o mar como testemunha e você diria: “Tu e o resto da humanidade”

Tá certo, tu tens razão

Corro quando estou confusa, com raiva, frustrada

Corro quando estou feliz

Corro pelos mais variados motivos

Corro e sempre quero o bis

E nem sempre consigo

Os joelhos reclamam

Corro porque sinto-me livre

E por instantes não penso em mais nada, só em correr

Começo a correr com a cabeça embaralhada

O único objetivo é espantar o que há de ruim, é martirizar o corpo até encontrar a leveza

Com o passar das passadas o coração acelera, o suor escorre, as passadas ficam trôpegas

Em alguns instantes as cãibras surgem, o ácido lático acumula e a vontade de parar vai surgindo

Mas ainda há muitos kilômetros a percorrer e não se pode deixar o cansaço vencer

E de repente canto uma canção

Pra me distrair, pra distrair o cérebro

Como quem diz: segura a onda aí

E de repente nem fôlego pra pensar na canção há

Corre-se por correr

Os pés têm vontade própria, correm independente da sua vontade

E você já nem pensa em nada.

Cabeça vazia, e você nem corre mais

Flutua

E flutua a beira-mar

Até os pés não agüentarem

Começam a formigar

E a cabeça ta quente

E o coração parece que vai saltar

E o suor começa a ficar frio

E é hora de parar

Pra no outro dia a brincadeira recomeçar.

3 comentários:

Livia Queiroz disse...

nossaaaaaaaaaaa
sedentarismo aí n rola neh mocinha??
huahuahuahua

Brincadeiras à parte, belo poema...
N tenhos eu pike, sou preguiçosa, mas poeticamente falando tenho corrido de mim mesma, dos meus pensamentos idiotas, dos meus sonhos fracassados... não paro de correr deles um segundo, esse corre corre ateh da uma paz...

adorei

bjimmmm

Taah disse...

É sempre bom e relaxa ;D


adorei seu poema ^^

*:

Pedro BV disse...

Que ótima corrida.
Gostei muito, nem me cansei!

Bjo