segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ser-poeta.

Se eu fosse poeta de verdade

Não fingiria tanto

Ou será que fingiria mais ainda?

Se eu fosse poeta de verdade

Será que ligaria quando morro de vontade de ligar?

Será que correria tanto e tanto pra te achar?

Se eu fosse poeta de verdade, será que riria do teu desajeito?

Que ia fingir não gostar do teu cheiro?

Se eu fosse poeta de verdade

Será que exigiria teu perdão?

Que romperia o silêncio e encurtaria a solidão?

Se eu fosse poeta de verdade

Será que eu saberia demonstrar?

Não só com cartas e estes versos tristes
Mas com um beijo em noite de luar

Se eu fosse poeta de verdade

Pegar-te-ia pela mão

Levar-te-ia pra dentro do mar

Olharia pra ti com paixão

E falando a+b+c, far-te-ia entender

Todos os porquês

De como quando onde quero você

Se eu fosse poeta de verdade falaria menos, escreveria menos e faria mais

Mas o que é ser poeta de verdade?

E será que o meu ser-poeta é um ser pela metade

Cheio de maldade, falsidade e pretensa habilidade

Será que o meu ser-poeta é repleto de mágoa, é mar sem água?

Será que meu ser-poeta é desencanto, é lamento mais que acalanto?

Não.

É apenas um ser-poeta que não se encontrou
Que tanto caminhou
E a ti buscou

E anda perdido
Um tantinho ferido

Com desejo de ser-poeta ligeiro
E de se sentir por inteiro

4 comentários:

Livia Queiroz disse...

uauuuuuuuuuuuuuuuu

"Será que o meu ser-poeta é repleto de mágoa, é mar sem água?"

um dos melhores poemas seus que já li, adorei...to simplesmente SEM PALAVRAS...

Poetas são aquelas pessoas perseguidas pelas palvras de outrém, embora na maioria das vezes tomam como própria a dor alheia...

O POETA É UM FINGIDOR!

Carla P.S. disse...

A Fernanda Young diria que os poetas tem uma capacidade de síntese, que nenhum romantista jamais terá. Legal isso.
Te linkei tb, passe sempre pra mais um café. ;)
Beijão.

Taah disse...

E mesmo sendo poeta de 'verdade' ainda poderias agir da mesma maneira e escrever muito mais

e eu adorei esse seu poema mesmo *-*

me fez até lembrar de um versinho que não me recordo o autor agora:
O poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente

*:

Rafael Ayala disse...

Opaa
tô de volta
Eu ia comentar no novo, mas pera aê que eutenho que comentar esse primeiro.
Antes de tudo, lhe agradecer, por tudo.
E digo logo que se eu fosse poeta eu nem sei como seria, seria uma coisa muito sem explicação.
Acho que se eu fosse poeta eu seria leve, de sorriso fácil de olhos miúdos enxergando tudo heeheheh
vc é demais!
continuemos, sempre, e mais e mais
bjo, xero, abraço
=]