terça-feira, 9 de junho de 2009

Sensações de uma corrida na chuva.




Porque chove e eu corro?

Porque que não estou debaixo das cobertas comendo brigadeiro de panela?

Porque estou eu debaixo da chuva ouvindo os pingos bater cada vez mais fortes no chão e no rosto?

Quase uma surra, e eu a correr. Cada vez mais forte, um, dois, um, dois. E assim é bom que nem dá pra sentir sede, é só por a língua pra fora. Quem nunca fez isso? Gostinho de chuva na boca.

Calor não há, a respiração antes ofegante vai ficando compassada, a água vai massageando as pernas e o tendão já nem dói mais. A dor foi esquecida, as cãibras latejam em algum lugar fracamente, mas você nem dá trela. Pede pra chuva aumentar, engrossar só um tiquim, pra você enfrentar um pouco mais de resistência. Só pra testar a quantas anda o nível, é como correr contra vento forte, quanto maior a rajada, maior o pique, só pra teimar, só pra dar uma de fodão. Sabe como é.

Aí a chuva engrossa e você corre mais, ela fica fraca e você diminui o pique, engrossa e você corre mais, fica fraca e você diminui o pique. O que era pra durar quarenta minutos, vai pra uma hora e vinte.

Ninguém mais na rua ou na praça. É fato, cearense tem medo de chuva. O bom é que não tem que disputar o espaço com cachorros, ou crianças de patins e bicicleta. Treino perfeito. Como há tempos não se via E no fim de tudo, depois daquela sensação: ah, hoje foi maravilhoso, resta um pesar que é pra não ter perfeição: Ah, o tênis e meias ensopadas.

2 comentários:

Bruno de matos disse...

muito bom correr na chuva.Adoro isso
mas nada é perfeito mesmo né?então
pôe os sapatos pra secar e aproveita o resto da chuva

Um grande abraço

Amanda Albuquerque disse...

adorei esse!
adooooro chuva!
bjo