quinta-feira, 4 de junho de 2009

Das constatações solitarias.



[1]

A mim bastaria apenas o vinho e você. Eis o Malbec escolhido com carinho, gelando na geladeira, esperando você chegar. As taças olham-me em tom de súplica sempre que teimo em passar pela cozinha. Ao que eu respondo de olhos:

- Calma meninas, ele só chega no sábado.

[2]

Eis que hoje o mundo virou de ponta cabeça. Acordei com cachorro latindo na madruga. O ar condicionado do trabalho quebrou, a impressora emperrou, o telefone tocou, o cliente chiou, o gerente endoidou. Hoje a pressão subiu, a cabeça latejou, o corpo esquentou e a dor de cabeça chegou. Tudo piorou quando dei conta que meu amor não voltou.

[3]

Contigo longe, eis o paradoxo: sinto-me sem inspiração. Tento buscá-la em situações leves e frívolas, pra quem sabe voltar a “cronicar”, mas é bobagem, o melhor vou escrever quando você chegar.

[4]

Hoje passei pelo jasmineiro amarelo, aquele doce e singelo que nós bem conhecemos. Não, não é o de Paracuru, aquele é perfeito. Este de hoje é aquele mirradinho, que mal cresceu, mas que mesmo assim nos faz mais felizes quando passeamos por entre o bairrozinho sem graça em que moro. Guardei um jasmim amarelo dentro do caderno pra ti dar quando tu chegar.

[Última]

Eis que com você longe, até o sono some. Os olhos cansam, mas insistem em não fechar. Sensação de que falta algo pro coração se aquietar.

2 comentários:

Bruno de matos disse...

Acho as coisas qu tú escreve fofas...
Um grande abraço menina
Até

Kaos Kotidiano disse...

Pirei...
Me soou como um retalho de coisas vividas em apenas um dia...
pirei mesmo, vinho, cotidiano, tudo que gosto e sempre me inquieta...
Realmente piro como voce descreve bem as coisas, consigo enxergar perfeitamente!!!!

até...