terça-feira, 17 de março de 2009

Diga não.




Bem, eu não posso deixar passar em branco. Poucas vezes eu levanto polêmicas ou discuto algo por aqui, já que este é meu lugar de leveza. Sigo este rumo porque se diferente fosse eu teria feito um blog só pra soltar os cachorros. Mas como o assunto é música eu não posso deixar de palpitar.

Desde o dia 15 de março, o Orkut perdeu uma das suas maiores comunidades. Uma das poucas úteis, diga-se de passagem. A comunidade Discografias contava com mais de 916 mil membros e propiciava a troca de arquivos de musicas entre mais de um milhão de usuários. O fato ocorreu por pressões da APCM ( Associação Anti Pirataria Cinema e Musica). Segundo a Associação, “Em se tratando de música, ninguém tem mais arquivos que violam direitos autorais do que a 'Discografias”.

Vale lembrar que corre aqui no Brasil, um projeto de lei do excelentíssimo senhor Eduardo Azeredo (sim ,isto mesmo jovens, o mesmo que andou metido no esquema do inesquecível Marcos Valerio), que tem por fim criminalizar as seguintes praticas: legendar, traduzir e fazer download de videos e quadrinhos, download de músicas, e até mesmo produzir as aclamadas fanfictions (histórias criadas por fãs, utilizando-se de personagens já existentes).

Isto mesmo, quem por aqui nunca baixou um videozinho, uma musiquinha, um e-book? Quem nunca aqui fez uma charge aproveitando-se de um personagem já existente. Usou as aspas filho, fez citação? Cuidado, é bom fazer, porque senão o xadrez é o caminho.

Agora, imaginem isto num país que não dá conta nem dos marginais existentes. Querem criar uma nova classe. Os marginais virtuais. Vamos perguntar ao Azeredo onde ele pretende colocar milhões e milhões de internautas? Porque nem eu nem você vai parar de fazer download. Você vai?

Medida similar ocorre na Inglaterra e vários músicos como Ed O'Brien, do Radiohead, Robbie Williams, Annie Lennox e Billy Bragg, criticaram a proposta inglesa que tem como objetivo tornar crime a pratica de baixar musicas na internet.

Isto é um retrocesso, a internet proporcionou uma revolução de tamanhos inimagináveis. Um ambiente plural e multi-facetado, democrático, onde gente de todo canto, de todo buraco, troca experiências, mostra talentos, mete a boca no mundo. É um caminho irreversível. E a troca de informações, o compartilhamento de dados é inerente a isto tudo. Não tem como voltar atrás. Quantas bandinhas não fizeram acontecer a partir daqui?Quantos cantores, ou sei lá o quê se lançaram na mídia ou estouraram por causa disto aqui. Eis um caminho sem volta.

O que é mais triste, é ver um bando de gente sem escrúpulos com esse tal Azeredo defendendo interesses de gravadoras internacionais, gigantes multi-nacionais, quando deveria na verdade defender o interesse publico e tornar isto aqui um meio de inclusão social, um meio de acesso a cultura, já que neste país é mais fácil cheirar um pó ou fumar uma “prensada”, do que comprar um disco e ler um livro.

7 comentários:

Bruno de matos disse...

falou e disse moça!!!é até engraçado ver esse pessoal que não tem vergonha nenhuma na cara defendendo o interesse de grandes empresários e esquecendo do povo,que é onde vem o poder deles.proibir downloads é,no míninimo uma falta do que fazer já que não vai ser possível policiar toda a rede.Deve haver uma forma mais inteligente e eficaz de resolver o problema da pirataria...
talvez dar emprego aos pirateadores ao invés de tomar deles a única forma de sobrevivência e ainda chama-los de vagabundo e/ou ladrões.
mas no caso dos downloads não tem jeito.eu,pessoaolmente vou continuar fazendo meus downloads

Emo é o cacete!!!
rsrrsrs

beijão moça
te adoro muito

Simone disse...

Concordo! É que a internet toca na ferida deles: o lucro. O download (pelo menos do jeito que está agora, livre) não permite lucro nenhum.

Eu sempre comento essa discussão e as pessoas dizem "Ah mas o artista vai viver de quê?" e eu sempre respondo: shows e suas turnês lucram muito mais do que se pode imaginar - e cá entre nós, ao vivo é bem mais gostoso.

Um beijo!

Kaos Kotidiano disse...

Ao som de Led eu comento isso...
O fato da desativação da comunidade "discografias" é um fato lamentável para todos, já que tanto essa comunidade como blogs e outros veiculos relacionados são afetados pelo desespero das grandes gravadoras, que a cada dia, ve os faturamentos caírem com a venda de cd's.
Comprar cd, vinil, dvd, eu compro e apoio sempre, e faço isso com os artistas que identifico, mas mp3 eu me nego a comprar algo que não tenha uma arte final entende?
Acho q muitos devriam seguir o caminho da trama, que faz parcerias com empresas e cada download gratuito feito pelo site, a empresa recebe e o artista tmbmb, tornando algo um pouco justo tmbm para o lado dos artistas...
Penso que esse já é um caminho sem volta, e que as "discografias" acabou, mas ainda tem milhares de blogs e foruns espalhados na rede...
o fato é muito lamentavel, já que cresci e vivo no meio underground de goiania e posso dizer que o movimento será sempre nosso...
Se nós somos responsáveis por toda essa industria, nós temos o direito de escolher entre pagar ou não...

ótimo questionamento/protesto, gostei muito!

Camila Barbosa disse...

É isso aí. Ta com toda a razão. Certas pessoas fazem tempestade em copo d'agua. Mais uma vez o poder em mãos erradas.
Vou continuar fazendo download sempre. rs
Beijos, querida.
ótimo aqui.

ੴ₮ℍαʆι₮α ωαʆʆ€ѕкαੴ disse...

sim...tem isso ...
+ o dindin q agente paga p/ comprar um cd...
e tbm tem cd q agente compra e não gosta...

Unknown disse...

Parabens elo post, voce tem toda razao,nao concordo tambem com a proibição do dowloads, ja estamos acostumados com essa facilidade e nos tirar tal coisa seria umc hoque tremendo.http://versossonseritmos.blogspot.com

Vanessa disse...

Até parece...só dificultaram nossa vida, mas nada que o Google não resolva. Agora manda ir lá fechar o google...duvidoo!