Eu nunca tive um relacionamento muito amigável com ela. Parecíamos estranhas e alheias uma a outra. Sempre a via acompanhar os outros com facilidade, tal qual uma rameira que se deita em camas varias, dando o melhor de si. A mim ela só entregava migalhas. Nunca a tive por completo.
Vez por outra se aproximava de mim, enredava-se em volta dos meus pés, seduzia-me, gargalhava, me deixava zonza. Quando finalmente decidia-me por pegá-la e não mais soltar, ela escapava como que por passe de mágica.
E assim eu ia me acostumando a estes encontros fortuitos, acreditando que aquele estágio eternamente alegre dos outros não era pra mim. Definitivamente a Felicidade era uma zombeteira incorrigível, a fazer troça de mim sempre que tinha oportunidade.
Eis que um dia, ela chegou-se de novo, fez novamente todo o ritual. Risos, gargalhadas, andar de mãos dadas, fez-se minha melhor amiga. Prometeu não me largar e eu não disse nada. Aceitei sua companhia como quem aceita um convite de casamento de um primo distante de terceiro grau. Ela sempre se mostrava feliz. Quem diria, eu fazia a felicidade feliz. Ela me dava tudo e eu não lhe dava nada. Carregava-a por todos os lugares, mas sempre fazia crer que ela precisava de mim e não o contrario. Fiz a ver que a Felicidade sem alguém não é nada, que as camas várias em que se deitava eram frívolas. A Felicidade não quis mais me largar. Andamos sempre juntas, mas a trago na rédea curta. Ela é bem avoadinha, não se pode dar muita trela e confiança e já sai fazendo arte por aí.
Só façam segredo, não a deixem ouvir ou ler isto. Ela é muito vaidosa, por isso nunca digo, mas a verdade é que não posso mais viver sem a Felicidade.
Vez por outra se aproximava de mim, enredava-se em volta dos meus pés, seduzia-me, gargalhava, me deixava zonza. Quando finalmente decidia-me por pegá-la e não mais soltar, ela escapava como que por passe de mágica.
E assim eu ia me acostumando a estes encontros fortuitos, acreditando que aquele estágio eternamente alegre dos outros não era pra mim. Definitivamente a Felicidade era uma zombeteira incorrigível, a fazer troça de mim sempre que tinha oportunidade.
Eis que um dia, ela chegou-se de novo, fez novamente todo o ritual. Risos, gargalhadas, andar de mãos dadas, fez-se minha melhor amiga. Prometeu não me largar e eu não disse nada. Aceitei sua companhia como quem aceita um convite de casamento de um primo distante de terceiro grau. Ela sempre se mostrava feliz. Quem diria, eu fazia a felicidade feliz. Ela me dava tudo e eu não lhe dava nada. Carregava-a por todos os lugares, mas sempre fazia crer que ela precisava de mim e não o contrario. Fiz a ver que a Felicidade sem alguém não é nada, que as camas várias em que se deitava eram frívolas. A Felicidade não quis mais me largar. Andamos sempre juntas, mas a trago na rédea curta. Ela é bem avoadinha, não se pode dar muita trela e confiança e já sai fazendo arte por aí.
Só façam segredo, não a deixem ouvir ou ler isto. Ela é muito vaidosa, por isso nunca digo, mas a verdade é que não posso mais viver sem a Felicidade.