segunda-feira, 18 de maio de 2009

Amargo





Se for preciso, eu corto minha própria carne. De preferência por sobre uma veia importante: destas cujo corte faça jorrar muito sangue: eficiente e rápido.
Se for preciso eu deixo escorrer gota por gota vermelha por entres os braços, dedos.
Antes a cicatriz exposta à ferida invisível a dilacerar meus nervos, meu parco juízo.
Prefiro ser a encarnação da anti-social démodé do que me segurar em falsos laços que se romperam há tempos, mas que insistem em fazer parecer firmes.
Prefiro sumir, fugir, não atender telefone, não ter que dar explicação. Não quero mais. A mim já não interessa. Acabou

Eu prefiro o fim abrupto à permanência inerte, insossa, pálida e cínica. Como que por obrigação. Não há quem me obrigue a caralho nenhum, a não ser eu mesma.

Não venha me falar em velhos tempos. Velho é uma palavra que me bloqueia. Se há coisas que envelhecem rapidamente, não tenho mais saco pra nostalgia boboca que ri um riso imbecil no canto da boca.

Já disse que não tenho pretensão de eternidade e não se choque meu bem: amizade também acaba.

10 comentários:

Diego Janjão disse...

OO'

meu,que posso dizer????

impactante e profundo...

e infelizmente,eu também sei que amizade também acaba...

Vistem: JaNjÃo ComicS

Mau Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mau Santos disse...

Numa comunidade que participo criaram hoje um tópico sobre "amizade pegajosa". Cruzes!!!! O melhor a fazer é se afastar mesmo, antes que vire inimizade.
Abraços.

Mau

Rafael Ayala disse...

texto forte
bonito
amores passam, algumas amizades também
aproveitemos o que temos
carpe diem dizem alguns
como se faz?

voltando ao texto
a obrigação é de matar qualquer um, e vai fazendo aos pouquinhos...

e vamos indo!
continuemos!
bjos e abraços!
=]

Simone disse...

"Prefiro ser a encarnação da anti-social démodé do que me segurar em falsos laços que se romperam há tempos, mas que insistem em fazer parecer firmes."

"Eu prefiro o fim abrupto à permanência inerte, insossa, pálida e cínica. Como que por obrigação."

Tiraste as palavras da minha boca... Não sei fazer meias-coisas, sentir meios-sentimentos. Intensa.

Sou inteira, que nem tu, e por isso sinto o todo também. E a naturalidade... imprescendível! Ótimo texto ódio.

ESCOLA PROCRI disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Livia Queiroz disse...

PQP...

To B O B A


CARAMBA QUE "REVOLTA" BACANA DE LER.

EU NEM SEI O QUE DIZER LOREN

SEU TEXTO CHOCA DA PRIMEIRA A ÚLTIMA PALAVRA.
MUITO MAIS PELO PUDORZINHO QUE INSISTIMOS EM TER AO NÃO DIZER CERTAS COISAS.

AI QUE MEDO!
CRUEEEEEEEELLLLLLL

RSRSRS

ADOREI
BJÃO PARCEIRA!

Alexandre disse...

Tudo acaba.
Tudo passa.
Permanece a vontade de viver,
De acertar...

=============================

Até amizade, algo tão nobre, as vezes é complicado.

Bom.
Bjos.

Milla disse...

Nossa... uau.... quase uma crônica, uma carta... palavras certas, fortes... adorei!

Bjs!

Bruno de matos disse...

legal...
tchau menina